segunda-feira, 9 de novembro de 2009
Empresário perdoa sequestrador e muda a vida de ex-presidiário
O ex-presidiário Ronaldo Miguel Monteiro teve uma nova oportunidade de vida graças ao homem que seria vítima de um dos seus planos de sequestros, crimes que lhe renderam 28 anos de prisão. Enquanto cumpria a pena, o empresário Custódio Rangel visitou Ronaldo com o intuito de o perdoar. Além do perdão, o ex-criminoso ganhou uma nova vida e a liberdade condicional após 13 anos de pena cumprida. Dentro da prisão, ele começou a trabalhar com projetos sociais.
“Uma experiência muito forte para mim foi encontrar uma das minhas vítimas. E esse empresário me visitou no presídio e assinou pela primeira vez a minha carteira de trabalho”, conta Ronaldo, que começou a se envolver com o crime aos 14 anos.
Na década de 80, Ronaldo ajudou a espalhar uma onda de terror no Rio de Janeiro. “Eu descobri que tinha uma maneira mais fácil de ganhar dinheiro e passei para a extorsão mediante sequestro. O primeiro deu certo, o segundo deu certo, outros deram certo até ter uma grande tacada. Eu conheci um empresário que estava sendo muito sinalizado na mídia pelas suas empresas, e aquele homem foi indicado como potencial vítima para meus crimes de sequestro”, relata. A equipe do Fantástico levou o ex-presidiário ao local do crime que ele quase cometeu. Ronaldo conta que a ação seria o sequestro do empresário seguido de morte após o pagamento do resgate. “Tínhamos três grupos. Um grupo à esquerda, na altura das grades, onde eu estava, o segundo grupo estava na saída da rua e o terceiro grupo, para dar apoio, estava na saída do túnel para São Francisco”, explica. Os criminosos esperaram o carro do empresário chegar ao local, por volta das 9h30. O automóvel verde passou pelos criminosos e entrou na garagem, o empresário era o motorista e estava sozinho. Então, eles aguardaram a saída do carro de acordo com o planejado. Porém, uma hora depois, o veículo ainda não havia saído da garagem e o grupo decidiu invadir o local. “E aqui não estava, nem o carro, nem o empresário”, lembra Ronaldo. Depois de cinco meses do fracasso do plano, Ronaldo Miguel Monteiro foi condenado. “Só a morte ou a prisão poderia me parar. Prouve Deus que fosse a prisão”, reconhece. Nesse período, a vida de Ronaldo tomou outro rumo depois de uma visita que ele recebeu. A visita era de Custódio, o homem que seria a vítima do sequestro planejado por Ronaldo, mas que não aconteceu. “Pois é, temos que Jesus amou todos, tem que fazer alguma coisa. Então, uma boa pescaria seria se eu ganhasse Ronaldo para Jesus. E aconteceu isso”, justifica Custódio sobre o que o levou a procurar Ronaldo. “O tiro saiu pela culatra. Ele quis me matar, e eu o matei. O homem que aceita Jesus morre para o mundo e vive para Deus”, diz. Ronaldo fica sem palavras ao tentar descrever o que sentiu quando viu Custódio a sua frente. “Você não encontra palavras, só alguém que vive na marginalidade e depara com uma vítima que diz ‘eu te perdoo’ poderia responder. E com certeza ela não vai encontrar palavras." A visita do empresário transformou a vida de Ronaldo. Dentro da cadeia, ele passou a trabalhar com projetos sociais. Condenado a 28 anos, ficou 13 na prisão e ganhou o direito à condicional. Ao sair, adivinhe quem deu a ele o primeiro emprego, a primeira carteira assinada? O próprio Custódio. Ele garante que nunca teve medo por ter contratado o ex-presidiário. Ronaldo trabalhou dois anos com Custódio e depois seguiu o próprio caminho. Hoje, ele coordena uma ONG que ajuda presos a se qualificarem profissionalmente. “Isso é uma sensação tremenda. É muita alegria no coração para poder reverter uma situação dessas”, afirma Custódio sobre a sensação de saber que com a iniciativa acabou ajudando não só uma pessoa. Ao falar sobre o futuro de sua vida sem a ajuda de Custódio, o ex-presidiário Ronaldo é categórico. “Eu teria continuado no crime, até hoje tenho propostas, mas o amor à vida é muito maior, o amor que levou seu Custódio até um presídio de segurança máxima para ter um encontro com seu pretenso algoz.”
segunda-feira, 19 de outubro de 2009
O Novo NÃO Anula o Velho Testamento
O Novo NÃO Anula o Velho Testamento |
Podemos dizer que toda a Bíblia, é a “carta magna ou o “manual do construtor do ser humano”, foi inspirada por D’us, e transmitida a humanidade, sendo o fundamento perfeito para a vida dos homens. Foram muitos Escritores – Mas só Um Autor. Esta é a mais verdadeira e absoluta verdade sobre as escrituras.
A Bíblia teve seu início com Moshé (Moisés), no período do Êxodo e inicia relatando a revelação de Deus sobre a Criação. Pelo seu Espírito Santo ele moveu homens para escreverem a Bíblia, sempre com um objetivo: Revelar o Messias, Yeshua (Jesus o Cristo). Como Deus é o autor, não podemos criar um princípio teológico com base apenas em um só versículo ou texto. Martinho Lutero, no século XVI, costumava dizer que a Bíblia interpreta a própria Bíblia, por isso encontramos referências bíblicas nos rodapés da Bíblia, cuja objetivo é mostrar passagens que se completam, umas às outras, embora escritas com diferença de centenas de anos. Algumas pessoas confundem comentários com o que o Senhor está falando. Quando a Bíblia foi escrita, originalmente ela não tinha nem capítulos e nem versículos. Na tradução da septuaginta que foram colocados os capítulos e versículos para facilitar a localização dos textos que se complementam. Há dois testamentos na Bíblia: Velho Testamento e o Novo Testamento. O VT é a antiga aliança que Deus fez com o homem, onde foram mostradas as Suas promessas e o meio para alcançá-las. No VT havia rigorosa obediência à LEI, chamada de Torah(Hebraico) e Pentateuco(Grego). Várias promessas eram específicas para a nação israelita daquela antiga época, tais como a posse da terra de Canaã e a volta do cativeiro babilônico. Entretanto, várias delas, senão quase todas, são válidas até os dias de hoje, e o meio de alcançá-las foram reveladas por Deus no NT. Mas O Cristo de D´us levou sobre si o castigo e todas as suas mazelas, e por isso hoje você pode desfrutar das bençãos do Eterno. Claro que estou falando para quem já o confessou como seu Senhor e seu único Salvador. Livros da Bíblia Velho Testamento Novo Testamento Esta é a relação de livros que constam na Bíblia, com um total de 66 livros. Mas a Bíblia católica é diferente, pois tem um acréscimo de 7 livros, que eles chamam de “apócrifos” ou “deuterocanônicos”, mas são mais conhecidos de modo geral como apócrifos. Isto porque não constam nos originais mais aceitos. Os originais da Bíblia, que são mais aceitos foram escritos nas seguintes línguas: Se não tiver este conhecimento corre-se o risco de “interpretar mal”, até mesmo usando interpretação própria e conforme a cultura local e não o que realmente o Senhor estava ensinando nos textos referidos ou de usá-los fora do contexto. Pois o pensamento judaico e a cultura se difere e muito de outras culturas pagãs (que não ajuda nada na interpretação bíblica). Bíblia – É um Livro de Fé. A finalidade da Bíblia não é contar uma história de homens, mas relatar o mover de Deus na história da humanidade, despertando a fé nos homens. A Bíblia é o livro mais lido no mundo inteiro e já está Como já visto, se aquele que é filho de Deus quer alimentar sua fé ele deve examinar a Palavra de Deus. Pois este é o método de Deus para o crescimento da fé. A Bíblia é a Palavra de Deus, porque foi inspirada por Deus. Em nossa Bíblia somente dois livros não têm a palavra Deus ou um dos nomes de Deus escrito: Ester e Cantares de Salomão. Mas estes livros estão em nossa Bíblia porque o primeiro, Ester, narra como a potente mão de Deus preservou o seu povo, Israel. Mesmo sem estar escrito o nome Deus, pode-se perceber que Deus está por detrás dos eventos ali ocorridos. Já Cantares, demonstra o relacionamento saudável do noivo e da noiva, figuras de Cristo e da Igreja. Ao mesmo tempo este livro nos apresenta um relacionamento especial entre o homem e a mulher no casamento, instituição fundada e abençoada por Deus. Bíblia – É um Livro de Prática. Não é um livro para ficar em cima da estante ou algum outro tipo de móvel aberto em algum livro de Salmos. Mas se trata de um livro que quando o abrimos e deixamos seus ensinamentos entrarem em nosso coração, ela se torna vida e nos faz viver em harmonia com o Senhor que é Soberano. A Bíblia não é a regra de prática para o crente. O nosso proceder deve sempre estar pautado nas Escrituras Sagradas. Salmo 119: 16,: “Terei prazer nos teus decretos; não me esquecerei da tua palavra”. O crente em Jesus não deve imitar os conceitos errados do mundo, mas deve seguir as regras da Bíblia. Obedecer a Palavra de Deus não é uma questão de sentimento, mas uma questão de fé e obediência. É por isto que devemos obedecer as escrituras em sua totalidade pois para aquele que serve ao Senhor, é verdadeiro que a Bíblia é a nossa única regra de fé e prática. Se cremos na palavra de Deus, então praticamos seus ensinos conforme está escrito em I João 5: 3. Medite na Bíblia que é a Palavra de Deus É importante que aprendamos a guardar a Palavra de Deus em nosso coração. E como se faz isto? Memorizando versículos bíblicos. O ser humano costuma lembrar sempre das coisas que são várias vezes repetidas. Assim, se você quer guardar versículos da Bíblia, aprenda a repeti-los sempre, de preferência ore sempre usando a Palavra de Deus, ou seja, usando os versículos bíblicos que você já memorizou. Quando um crente ora e declara a Palavra de Deus, as coisas acontecem com mais facilidade, pois a Palavra é a promessa de Deus, e tudo que está escrito se cumpre, pois Deus é o mesmo ontem, hoje e sempre. No Salmo 119:89 está escrito: “Para sempre, ó Senhor, a tua palavra está firmada nos céus”. Neste texto podemos perceber que o cartório de Deus é o céu, onde ele está garantindo o poder da Palavra Dele. A respeito de algumas seitas e ainda de alguns deturpadores das escrituras temos que entender que tanto o velho testamento como o novo testamento fazem parte da bíblia. Se por acaso alguém disser que o velho testamento não tem mais validade é um grande sinal de ignorância, e denota falta de entendimento, e quem assim procede está preso no laço da heresia. Quando alguém diz que o velho testamento não tem mais validade, é por ele está com medo das leis, no sentido de não entendê-las ou mesmo de enxergá-las como algo impossível de ser cumprida. Eu pergunto: será que estas leis são dos homens ou são de D´us? As leis são boas, o não cumprimento é falta de obediência e se torna juízo para aquele que não a cumpri. Um laço muito forte ou uma das artimanhas de Satanás, nos nossos dias, e que faz parte da doutrina de algumas igrejas, ditas evangélicas, é dizer em alto e bom som : “A Lei foi abolida, não se deve obedecer às Leis do Senhor impostas no VT, pois estamos na graça, e Yeshua (Jesus) cumpriu por nós”, em outras palavras, prega-se a anulação do VT. Será que o Criador dos Céus e da Terra errou ao deixar escrito o Velho Testamento? E que o VT não tem mais valor algum? É de suma importância ressaltar que existem algumas coisas que não se deve fazer mais, as quais são encontradas no VT, tais como: sacrificio pelo pecado, matar animal e oferecê-lo a D´us. Mas existem as promessas que são irrevogáveis, como por exemplo, o primeiro mandamento com promessa, “Honrar aos pais e prologar-se-ão os seus dias de vida na terra”. A maioria das pessoas confundem estar na graça e no tempo da graça com Lei, ou tempo da Lei.(conforme argumento de alguns). A lei nunca passará, pois a palavra do Senhor durará para todo o sempre. O fato de estar na graça não anula a Lei. Afirmar que o VT não tem mais validade, demonstra uma falta de conhecimento bíblico e uma ignorância eclesiástica (das escrituras). Deus não criou as leis e depois se arrependeu, como que tendo que reformulá-las, fazê-las de novo, colocando uma imenda ou coisa parecida. Como acontece com os governos e seus governantes que vivem errando e são obrigados a corrigirem suas leis, decretos e projetos de leis. O Senhor não precisa disso. O fato de Yeshua (Jesus) ter nascido não anula o velho testamento. Lembrando que no original não existe esta divisão. O mais lindo é que Deus sabe todas as coisas e Nele não existe variação, como existe nos homens e em seus corações maliciosos, que muitas vezes mudam as verdade bíblicas. Veja no novo testamento (e não no velho), pra não deixar nenhuma dúvida de que a bíblia é tremenda, em II Timóteo 3:16: “Toda a escritura é inspirada por D´us....”. Não tenha dúvida meu irmão que TODA ESCRITURA É INSPIRADA PELO SENHOR, não existe na Bíblia nenhum versículo ou texto que anule o VT, quem faz este tipo de afirmação, o faz baseado em que texto ou versículo? Fique atento: Quem deseja que você não obedeça ou siga (ou viva) a escritura em sua totalidade? Quem tem prazer em mudar o entendimento do homem? Qual espírito está por traz desses argumentos? Resumindo: O Novo Testamento não anula o Velho Testamento, muito pelo contrário, o NT o confirma. Fique com a paz que excede todo o entendimento. Pastor Marcos Ben Shua Fonte: http://marcosbarreto.com/v01/index.php?option=com_content&task=view&id=26&Itemid=37 |
quinta-feira, 8 de outubro de 2009
Placas Olimpicas -RIO
sexta-feira, 21 de agosto de 2009
Discurso de Martin Luther King, Jr. em Washington, D.C., a capital dos Estados Unidos da América, em 28 de Agosto de 1963, após a Marcha para Washington.
O discurso de Martin Luther King, pronunciado na escadaria do Monumento a Lincoln, em Washington, foi ouvido por mais de 250.000 pessoas de todas as etnias, reunidas na capital dos Estados Unidos da América, após a «Marcha para Washington por Emprego e Liberdade». A manifestação foi pensada como uma maneira de divulgar de uma forma dramática as condições de vida desesperadas dos negros no Sul dos Estados Unidos, e exigir ao poder federal um maior comprometimento na segurança física dos negros e dos defensores dos direitos civis, sobretudo no Sul.
Devido a pressões políticas exercidas pela Presidência dos Estados Unidos - ocupada por John Kennedy -, as exigências a apresentar no comício tornaram-se mais moderadas, mas mesmo assim foram feitos pedidos claros: o fim da segregação no ensino público, passagem de legislação clara no que respeita aos direitos civis, assim como de legislação proibindo a discriminação racial no emprego; para além do fim da brutalidade policial contra militantes dos direitos civis e a criação de um salário mínimo para todos os trabalhadores, que beneficiaria sobretudo os negros.
Realizado num clima muito tenso, a manifestação foi um estrondoso sucesso, e o discurso conhecido sobretudo pela frase permanentemente repetida no meio do discurso «I have a Dream» (Eu tenho um sonho), mas também pela frase que é repetida no fim - «That Liberty Ring» (Que a Liberdade ressoe), que retoma o poema patriótico «América», tornou-se, com o discurso de Lincoln em Gettysburg, um dos mais importantes da oratória americana.
Em 1964 a Lei dos Direitos Civis foi votada e promulgada por Lyndon B. Johnson e em 1965 a Lei sobre o Direito de Votar foi aprovada.
Martin Luther King, Jr. foi escolhido como Prémio Nobel da Paz no ano seguinte, em 1964.
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«que a liberdade ressoe!»
Segue o video:
Há cem anos, um grande americano, sob cuja sombra simbólica nos encontramos, assinava a Proclamação da Emancipação. Esse decreto fundamental foi como um raio de luz de esperança para milhões de escravos negros que tinham sido marcados a ferro nas chamas de uma vergonhosa injustiça. Veio como uma aurora feliz para terminar a longa noite do cativeiro. Mas, cem anos mais tarde, devemos enfrentar a realidade trágica de que o Negro ainda não é livre.
Cem anos mais tarde, a vida do Negro é ainda lamentavelmente dilacerada pelas algemas da segregação e pelas correntes da discriminação. Cem anos mais tarde, o Negro continua a viver numa ilha isolada de pobreza, no meio de um vasto oceano de prosperidade material. Cem anos mais tarde, o Negro ainda definha nas margens da sociedade americana, estando exilado na sua própria terra.
Por isso, encontramo-nos aqui hoje para dramaticamente mostrarmos esta extraordinária condição. Num certo sentido, viemos à capital do nosso país para descontar um cheque. Quando os arquitectos da nossa república escreveram as magníficas palavras da Constituição e da Declaração de independência, estavam a assinar uma promissória de que cada cidadão americano se tornaria herdeiro.
Este documento era uma promessa de que todos os homens veriam garantidos os direitos inalienáveis à vida, à liberdade e à procura da felicidade. É óbvio que a América ainda hoje não pagou tal promissória no que concerne aos seus cidadãos de cor. Em vez de honrar este compromisso sagrado, a América deu ao Negro um cheque sem cobertura; um cheque que foi devolvido com a seguinte inscrição: "saldo insuficiente". Porém nós recusamo-nos a aceitar a ideia de que o banco da justiça esteja falido. Recusamo-nos a acreditar que não exista dinheiro suficiente nos grandes cofres de oportunidades deste país.
Por isso viemos aqui cobrar este cheque - um cheque que nos dará quando o recebermos as riquezas da liberdade e a segurança da justiça. Também viemos a este lugar sagrado para lembrar à América da clara urgência do agora. Não é o momento de se dedicar à luxuria do adiamento, nem para se tomar a pílula tranquilizante do gradualismo. Agora é tempo de tornar reais as promessas da Democracia. Agora é o tempo de sairmos do vale escuro e desolado da segregação para o iluminado caminho da justiça racial. Agora é tempo de abrir as portas da oportunidade para todos os filhos de Deus. Agora é tempo para retirar o nosso país das areias movediças da injustiça racial para a rocha sólida da fraternidade.
Seria fatal para a nação não levar a sério a urgência do momento e subestimar a determinação do Negro. Este sufocante verão do legítimo descontentamento do Negro não passará até que chegue o revigorante Outono da liberdade e igualdade. 1963 não é um fim, mas um começo. Aqueles que crêem que o Negro precisava só de desabafar, e que a partir de agora ficará sossegado, irão acordar sobressaltados se o País regressar à sua vida de sempre. Não haverá tranquilidade nem descanso na América até que o Negro tenha garantido todos os seus direitos de cidadania.
Os turbilhões da revolta continuarão a sacudir as fundações do nosso País até que desponte o luminoso dia da justiça. Existe algo, porém, que devo dizer ao meu povo que se encontra no caloroso limiar que conduz ao palácio da justiça. No percurso de ganharmos o nosso legítimo lugar não devemos ser culpados de actos errados. Não tentemos satisfazer a sede de liberdade bebendo da taça da amargura e do ódio.
Temos de conduzir a nossa luta sempre no nível elevado da dignidade e disciplina. Não devemos deixar que o nosso protesto realizado de uma forma criativa degenere na violência física. Teremos de nos erguer uma e outra vez às alturas majestosas para enfrentar a força física com a força da consciência.
Esta maravilhosa nova militancia que engolfou a comunidade negra não nos deve levar a desconfiar de todas as pessoas brancas, pois muitos dos nossos irmãos brancos, como é claro pela sua presença aqui, hoje, estão conscientes de que os seus destinos estão ligados ao nosso destino, e que sua liberdade está intrinsecamente ligada à nossa liberdade.
Não podemos caminhar sozinhos. À medida que caminhamos, devemos assumir o compromisso de marcharmos em frente. Não podemos retroceder. Há quem pergunte aos defensores dos direitos civis: "Quando é que ficarão satisfeitos?" Não estaremos satisfeitos enquanto o Negro for vítima dos incontáveis horrores da brutalidade policial. Não poderemos estar satisfeitos enquanto os nossos corpos, cansados das fadigas da viagem, não conseguirem ter acesso a um lugar de descanso nos motéis das estradas e nos hotéis das cidades. Não poderemos estar satisfeitos enquanto a mobilidade fundamental do Negro for passar de um gueto pequeno para um maior. Nunca poderemos estar satisfeitos enquanto um Negro no Mississipi não pode votar e um Negro em Nova Iorque achar que não há nada pelo qual valha a pena votar. Não, não, não estamos satisfeitos, e só ficaremos satisfeitos quando a justiça correr como a água e a rectidão como uma poderosa corrente.
Sei muito bem que alguns de vocês chegaram aqui após muitas dificuldades e tribulações. Alguns de vocês saíram recentemente de pequenas celas de prisão. Alguns de vocês vieram de áreas onde a vossa procura da liberdade vos deixou marcas provocadas pelas tempestades da perseguição e sofrimentos provocados pelos ventos da brutalidade policial. Vocês são veteranos do sofrimento criativo. Continuem a trabalhar com a fé de que um sofrimento injusto é redentor.
Voltem para o Mississipi, voltem para o Alabama, voltem para a Carolina do Sul, voltem para a Geórgia, voltem para a Luisiana, voltem para as bairros de lata e para os guetos das nossas modernas cidades, sabendo que, de alguma forma, esta situação pode e será alterada. Não nos embrenhemos no vale do desespero.
Digo-lhes, hoje, meus amigos, que apesar das dificuldades e frustrações do momento, ainda tenho um sonho. É um sonho profundamente enraizado no sonho americano.
Tenho um sonho que um dia esta nação levantar-se-á e viverá o verdadeiro significado da sua crença: "Consideramos estas verdades como evidentes por si mesmas, que todos os homens são criados iguais".
Tenho um sonho que um dia nas montanhas rubras da Geórgia os filhos de antigos escravos e os filhos de antigos proprietários de escravos poderão sentar-se à mesa da fraternidade.
Tenho um sonho que um dia o estado do Mississipi, um estado deserto, sufocado pelo calor da injustiça e da opressão, será transformado num oásis de liberdade e justiça.
Tenho um sonho que meus quatro pequenos filhos viverão um dia numa nação onde não serão julgados pela cor da sua pele, mas pela qualidade do seu caractér.
Tenho um sonho, hoje.
Tenho um sonho que um dia o estado de Alabama, cujos lábios do governador actualmente pronunciam palavras de ... e recusa, seja transformado numa condição onde pequenos rapazes negros, e raparigas negras, possam dar-se as mãos com outros pequenos rapazes brancos, e raparigas brancas, caminhando juntos, lado a lado, como irmãos e irmãs.
Tenho um sonho, hoje.
Tenho um sonho que um dia todo os vales serão elevados, todas as montanhas e encostas serão niveladas, os lugares ásperos serão polidos, e os lugares tortuosos serão endireitados, e a glória do Senhor será revelada, e todos os seres a verão, conjuntamente.
Esta é nossa esperança. Esta é a fé com a qual regresso ao Sul. Com esta fé seremos capazes de retirar da montanha do desespero uma pedra de esperança. Com esta fé poderemos transformar as dissonantes discórdias de nossa nação numa bonita e harmoniosa sinfonia de fraternidade. Com esta fé poderemos trabalhar juntos, rezar juntos, lutar juntos, ir para a prisão juntos, ficarmos juntos em posição de sentido pela liberdade, sabendo que um dia seremos livres.
Esse será o dia quando todos os filhos de Deus poderão cantar com um novo significado: "O meu país é teu, doce terra de liberdade, de ti eu canto. Terra onde morreram os meus pais, terra do orgulho dos peregrinos, que de cada localidade ressoe a liberdade".
E se a América quiser ser uma grande nação isto tem que se tornar realidade. Que a liberdade ressoe então dos prodigiosos cabeços do Novo Hampshire. Que a liberdade ressoe das poderosas montanhas de Nova Iorque. Que a liberdade ressoe dos elevados Alleghenies da Pensilvania!
Que a liberdade ressoe dos cumes cobertos de neve das montanhas Rochosas do Colorado!
Que a liberdade ressoe dos picos curvos da Califórnia!
Mas não só isso; que a liberdade ressoe da Montanha de Pedra da Geórgia!
Que a liberdade ressoe da Montanha Lookout do Tennessee!
Que a liberdade ressoe de cada Montanha e de cada pequena elevação do Mississipi.
Que de cada localidade, a liberdade ressoe.
Quando permitirmos que a liberdade ressoe, quando a deixarmos ressoar de cada vila e cada aldeia, de cada estado e de cada cidade, seremos capazes de apressar o dia em que todos os filhos de Deus, negros e brancos, judeus e gentios, protestantes e católicos, poderão dar-se as mãos e cantar as palavras da antiga canção negra: "Liberdade finalmente! Liberdade finalmente! Louvado seja Deus, Todo Poderoso, estamos livres, finalmente!"